quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Direito à Alegria


Os vossos filhos devem ter o direito à alegria:
Porque é a mais bela fonte de comunicação e de encontro;
Porque é a demonstração de que se estão a respeitar os seus direitos;
Porque é o melhor alimento para fomentar o futuro;
Porque nenhum presente e nenhum futuro se constroem com tristeza;
Porque a injustiça social é a constante inimiga da alegria;
Porque a alegria é o espaço mais belo para se aprender a ser livre;
Porque não há desenvolvimento integral sem alegria;
Porque a alegria é o espaço do seu crescimento.

(mensagem retirada da revista Educadores de Infância)

2 comentários:

  1. O Direito da Criança - Ruth Rocha

    Toda criança o mundo
    Deve ser bem protegida
    Contra os rigores do tempo
    Contra os rigores da vida.

    Criança tem que ter nome
    Criança tem que ter lar
    Ter saúde e não ter fome
    Ter segurança e estudar.

    Não é questão de querer
    Nem questão de concordar
    Os diretos das crianças
    Todos tem de respeitar.

    Tem direito à atenção
    Direito de não ter medos
    Direito a livros e a pão
    Direito de ter brinquedos.

    Mas criança também tem
    O direito de sorrir.
    Correr na beira do mar,
    Ter lápis de colorir...

    Ver uma estrela cadente,
    Filme que tenha robô,
    Ganhar um lindo presente,
    Ouvir histórias do avô.

    Descer do escorregador,
    Fazer bolha de sabão,
    Sorvete, se faz calor,
    Brincar de adivinhação.

    Morango com chantilly,
    Ver mágico de cartola,
    O canto do bem-te-vi,
    Bola, bola,bola, bola!

    Lamber fundo da panela
    Ser tratada com afeição
    Ser alegre e tagarela
    Poder também dizer não!

    Carrinho, jogos, bonecas,
    Montar um jogo de armar,
    Amarelinha, petecas,
    E uma corda de pular.

    Um passeio de canoa,
    Pão lambuzado de mel,
    Ficar um pouquinho à toa...
    Contar estrelas no céu...

    Ficar lendo revistinha,
    Um amigo inteligente,
    Pipa na ponta da linha,
    Um bom dum cahorro-quente.

    Festejar o aniversário,
    Com bala, bolo e balão!
    Brincar com muitos amigos,
    Dar pulos no colchão.

    Livros com muita figura,
    Fazer viagem de trem,
    Um pouquinho de aventura...
    Alguém para querer bem...

    Festinha de São João,
    Com fogueira e com bombinha,
    Pé-de-moleque e rojão,
    Com quadrilha e bandeirinha.

    Andar debaixo da chuva,
    Ouvir música e dançar.
    Ver carreiro de saúva,
    Sentir o cheiro do mar.

    Pisar descalça no barro,
    Comer frutas no pomar,
    Ver casa de joão-de-barro,
    Noite de muito luar.

    Ter tempo pra fazer nada,
    Ter quem penteie os cabelos,
    Ficar um tempo calada...
    Falar pelos cotovelos.

    E quando a noite chegar,
    Um bom banho, bem quentinho,
    Sensação de bem-estar...
    De preferência um colinho.

    Embora eu não seja rei,
    Decreto, neste país,
    Que toda, toda criança
    Tem direito de ser feliz!



    E quando a noite chegar,
    Um bom banho, bem quentinho,
    Sensação de bem-estar...
    De preferência um colinho.

    Uma caminha macia,
    Uma canção de ninar,
    Uma história bem bonita,
    Então, dormir e sonhar...

    Embora eu não seja rei,
    Decreto, neste país,
    Que toda, toda criança
    Tem direito a ser feliz!

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  2. Definitivo

    Definitivo, como tudo o que é simples.
    Nossa dor não advém das coisas vividas,
    mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

    Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
    o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
    irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
    do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
    tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
    gostaríamos de ter compartilhado,
    e não compartilhamos.
    Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

    Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
    as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
    amigo, para nadar, para namorar.

    Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
    momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
    angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

    Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

    Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
    confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
    todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

    Por que sofremos tanto por amor?
    O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
    pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
    companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

    Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
    verso:

    Se iludindo menos e vivendo mais!
    A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
    está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
    na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
    sofrimento,perdemos também a felicidade.

    A dor é inevitável.
    O sofrimento é opcional...
    Carlos Drummond de Andrade

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