Existe um conceito, uma linha orientadora para os progenitores?
Oliver Reboul, psicólogo francês que nos anos 70 escreve algo que nos faz reflectir.
Texto esse que partilhamos convosco... e pedimos: papás reflictam um pouco sobre este tema tão lato… e que nos deixa completamente perdidos….
….”Comecemos por assinalar que raramente se emprega a palavra
Educação sem lhe limitar imediatamente o sentido. Ao usá-la, pensa-se na Escola e, no entanto, a educação faz-se, inicialmente, na família, sem falar desse “meio-termo” que é constituído pela rua, o desporto, os movimentos de juventude, os media, etc.
Pensa-se no ensino, como se a educação não fosse tanto física, estética, moral, afectiva, mas também como técnica e intelectual. Pensa-se na criança; mas os adultos, também estão eles próprios a educar-se sem cessar, mesmo que não seja senão pela experiência da vida: Como dizia Platão, “são necessários cinquenta anos para fazer um homem”, (Republica, 540a).
Digamos pois que é necessário utilizar o termo educação no sentido total. Mutilá-lo é mutilar o homem.
Vejamos a definição do “Vocabulário Lalande”, de André Lalande:
“Processo que consiste numa ou várias funções que se desenvolvem gradualmente pelo exercício e se aperfeiçoam. Resultado desse processo.” Esta definição tem o mérito de sublinhar a ambiguidade do termo. A educação é, ao mesmo tempo, um processo e o seu resultado. Por outro lado, a definição sugere que a educação é sempre entendida como um valor. Mas é demasiado restrita. Não educamos apenas pelo exercício mas também pela leitura, pelo exemplo, pela admiração, etc. Além disso, se uma função se desenvolve sem que todo o indivíduo se desenvolva com ela, não se tratará antes de uma aprendizagem?”
Olivier Reboul, La Philosophie de l’éducation, Paris: Puf, 1971, pp. 11-32.
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